Fonte: Jota
O jornal VALOR ECONÔMICO traz uma informação politicamente importante para o andamento da reforma tributária. Segundo relata o jornal, “a partir da premissa de que não haverá aumento da carga tributária, o presidente Jair Bolsonaro vai apoiar a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de criar a Contribuição sobre Transações com uma alíquota de 0,2%”. Conforme o jornal, que cita relato de “fontes oficiais”, Bolsonaro “teve que se render aos argumentos de Guedes apesar de ter pautado sua vida política contra a cobrança da CPMF.”
Enquanto isso, ontem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a criticar a ideia de recriação de um imposto com as características da CPMF. Em seminário virtual com industriais, disse que o governo tenta “enrolar a sociedade” ao fazer manobras retóricas para disfarçar o fato de que o novo imposto seria a recriação da CPMF. “Minha crítica não é se é CPMF, se é microimposto digital, se é um nome inglês para o imposto para ficar bonito, para tentar enrolar a sociedade. Minha tese é a seguinte: nós vamos voltar à mesma equação que foi de 1996 a 2004, 9% de aumento da carga tributária”, afirmou, conforme reprodução da FOLHA.
Ao mesmo tempo, Guilherme Afif Domingos, assessor de Paulo Guedes, em novas declarações públicas, disse que Maia pode criticar as propostas, mas que é seu dever colocar o projeto em votação. “Falar que não passa por que não deixo, ele não pode”, disse Afif Domingos, segundo o jornal O ESTADO DE S. PAULO.
No VALOR ECONÔMICO, reportagem também traz declarações de Afif Domingos, mas dadas exclusivamente para o jornal. Segundo a reportagem, partindo da premissa de que haverá um imposto sobre transações para compensar a perda de receita, “a desoneração da folha salarial em formulação pelo governo poderá prever uma redução da alíquota de contribuição patronal ao INSS dos atuais 20% para 15%”. No caso de remunerações abaixo de um salário mínimo, valeria a isenção.
Por fim, também no VALOR, reportagem antecipa dados de uma pesquisa feita pela Deloitte indicando que “uma empresa pode gastar até 34 mil horas no ano para apurar e pagar tributos, preencher e entregar obrigações acessórias e acompanhar fiscalizações”. O levantamento foi feito com grandes empresas, com faturamento anual superior a R$ 7 bilhões. “O estudo, inédito, considera os diversos profissionais que atuam na área fiscal e contábil das empresas. Se tratado de forma absoluta, levando em conta uma única pessoa, seriam necessários quase quatro anos para dar conta de todo o trabalho”, anota o texto.